
Querida Cidade
“No seu estilo inconfundível, Antônio Torres retorna ao romance depois de um longo tempo de silêncio. Silêncio necessário, ao que tudo indica, para a gestação de Querida Cidade (Record: Rio de Janeiro, 2021/ Teodolito: Lisboa, 2024). Ele sempre se manteve muito bem nessa sua extraordinária mistura de ginga baiana com a malícia carioca. Não muito lá nem cá, nem mais à Machado de Assis nem menos à Gregório de Matos ou Jorge Amado, mas numa outra frequência, bem sintonizada e sua, que vai do burlesco à erudição irônica. Neste, como em muitos outros aspectos, um mestre da narrativa longa e das palavras que ocupam o melhor lugar dentro dos seus significados e efeitos sensoriais. É igualmente um autor que tem o senso exato do lugar-comum utilizado com sabedoria e rendimento, vamos dizer, incomum. E aí está parte da riqueza do seu vocabulário ficcional, que neste livro repassa os tantos desequilíbrios sociais e políticos brasileiros das últimas décadas filtrados pelo fervor triste-feliz do personagem”.
André Seffrin, no semanário O Mirante, do Ribatejo (Portugal), em 11.10.2024.
“A experiência de leitura de Querida Cidade assemelha-se à observação de uma mandala artesanal. Tal qual uma mandala construída com diferentes materiais, como retalhos de azulejos e vidros, este romance ganha dimensão quando absorvido o seu conjunto. Não é um quebra-cabeça, mas uma mandala que do seu centro emana figuras para diferentes direções e assim constrói algo circular (…). É um romance que nos faz sonhar acordados”.
Paula Sperb, no jornal O Globo.
“Querida Cidade é um livro curtido de anos, prosa apuradíssima, a ponto de parecer uma conversa de amigos ao redor de um fogo acalentador. É como uma massa finíssima de mil folhas, saída da melhor confeitaria, mas se contenta com 432 páginas. As camadas guardam, em um único movimento, todos os tempos. (…) Antônio Torres é um narrador habilidoso que vai traçando uma trama por essas camadas todas, vai girando as peças como num caleidoscópio, passeando a narrativa pelos anos 1950. Tira desse rejuntar de peças um retrato do Brasil, um terreno imaginário, entre sonho e mágico. Essa composição múltipla, os inspirados fluxos de consciência, dão ao livro um charme, um encanto, que nos torna leitores cativos”.
Sérgio Abranches, sociólogo, escritor, colunista do Estado de Minas e Correio Braziliense, em suas anotações para a Flipetrópolis – Festa Literária de Petrópolis, RJ – de 2024, da qual foi curador.
“É profundamente metafórico, em muitas camadas. A gente vai lendo como quem retira palimpsestos. A sensação é de iceberg narrativo. Pela ponta visível vai se desnudando um mundo submerso, donde emerge um mundo de referencialidades – os signos não apenas da memória, da história, dos ícones de um país estão ali comtemplados”.
Ronaldo Cagiano, no Jornal Opção, de Goiânia, Jornal de Letras, de Lisboa, Jornal Cultura, de Angola, entre outros.
“Livro magistral em todos os sentidos: na estrutura romanesca, na densidade do enredo, no estilo, no domínio total da escrita. Temas míticos se entrecruzam como o do filho pródigo, o pobre que a cidade rejeitou, o da mãe que carrega as dores do mundo, o da espera das penélopes por seus ulisses, e outros mais, como o de que “a vida é um espetáculo tragicômico, sob o reino do acaso e do erro’ (Pág. 104). Livro trabalhado em fina ourivesaria por 12 anos. Obra-prima”.
Vera Lúcia de Oliveira, no jornal defato.com
“Se deitarmos a cabeça nas páginas deste romance, ouviremos música da melhor qualidade (Elis Regina, Tom Jobim, Luiz Gonzaga, Miles Davis). Se fixarmos o olhar nas linhas, aprenderemos sobre mitologia (náiades), veremos literatura de grande valor (Charles Baudelaire, Jorge Luís Borges, o próprio Antônio Torres, Vinícius de Moraes, Nelson Rodrigues, Manuel Bandeira, Olavo Bilac). Se nos ajoelharmos, entenderemos a religiosidade nordestina (Santo Antônio, São Francisco de Assis, Sagrado Coração de Jesus, Maria Santíssima). Se quisermos testemunhar a História, veremos vultos políticos (Rui Barbosa, Getúlio Vargas, Cristiano Machado). Se aceitarmos a convicção nacional, colocaremos a mão no peito com a certeza de que este é um país singular (Hino Nacional, cantos marciais). Se aceitarmos conhecer o Brasil, passaremos por diversas cidades (a fábrica, a verde, a velha, a bela) …”.
Leandro Antônio Rodrigues, em A Madeleine brasileira”, texto lido no evento Expoentes da Literatura, da Universidade Católica de Petrópolis, e transmitido pela TV UCP.
“É como se a gente estivesse lendo a nossa própria história”.
Tarzan Leão, no canal HESED, disponível no Youtube.
“Uma característica marcante da obra de Torres é o fluxo dos parágrafos junto à cadência das frases, pois ambos criam os efeitos de tempos largos, ou seja, quando a dramaticidade está suspensa para permitir digressões, quase que invariavelmente sobre música (…). Pode-se dizer que a música conduz a narrativa para mais histórias serem contadas – como a do encontro com o saxofonista Rodolfo Novaes. Afinal, ‘um romance é uma história cheia de histórias …’”
Gerana Damulakis, na Revista da Academia de Letras da Bahia.
“Desde as primeiras linhas, que linguagem inspirada, que poética e aliciante aliança entre rigor, riqueza lexical e beleza pura. Querida Cidade é um romance que nos envolve e suga vertiginosamente… e nos mostra a perfeita perícia e a profundíssima originalidade de Antônio Torres”.
José Pacheco, editor da revista portuguesa de literatura e arte Fluir, no blog Profissão: Leitor.
“Quando comecei a ler Querida cidade, pelo ritmo alucinante, pensei que o seu autor não teria fôlego para as 430 páginas do livro. Me enganei. Redondamente. Antônio Torres conseguiu cruzar a linha de chegada com o vigor da partida. E deu uma lição de escrita. Visitou o Brasil e sua sabedoria, além de adicionar a cultura do mundo, em muitas de suas manifestações. Querida cidade é um romance para ser degustado”.
Luís Giffoni, escritor, da Academia Mineira de Letras.
“Querida Cidade mantém acesas questões que Torres traz desde o seu consagrado Essa Terra (1976) e novamente revisita a sua trajetória de menino rural para homem adulto na metrópole. Desta vez, porém, leva-nos a uma imersão mais profunda em cada um desses dois mundos, e ilumina outros abismos entre eles. Enquanto desenha um romance de formação, explora também o desenraizamento, o sentimento de vulnerabilidade e os choques entre visões de mundo e comportamento do homem rural e do citadino. (…). E Antônio Torres perscruta este personagem muito a fundo, até liquefazer as camadas da terra, Essa Terra. Até chegar às raízes dos seus próprios nervos”.
Franklin Carvalho, escritor, no blog Études Lusophones, de Leonardo Tônus, da Sorbonne.
“É um espanto de um livro. E é um milagre não perder o fogo encantatório de quase 500 páginas”.
Teolinda Gersão, escritora (Portugal).
“Ele fala de dor e esperança”.
Miriam Leitão, jornalista e escritora.
“Dá a impressão das histórias serem bonecas que saem de dentro de outras bonecas, como na matrioska russa. Um truque do escritor que faz com que nunca se encontre um ponto definitivo, abrindo sempre novo espaço para outro desenvolvimento, espichando a vida além das expectativas usuais”.
Gerson Valle, escritor, membro da Academia Petropolitana de Letras – na revista digital portuguesa InComunidade.
“Querida Cidade é uma magnífica e ousada experiência literária que manteve intacto o estilo do autor e revolucionou a forma de hospedá-lo. Perfeito cozinheiro das palavras, Antônio Torres acertou em cheio, numa aula de arte literária em todos os sentidos. O enredo é difuso e envolvente. Às vezes parece que o leitor está diante de um mágico a exibir, alternadamente, perícia extrema na escrita e na estruturação do texto. E sobra espaço para o humor, a gaiatice nordestina e o gosto pelos boleros e baladas. É uma escola de sensibilidade”.
Aluízio Falcão, jornalista e escritor.
“O livro é perspicaz na composição do conhecimento humanista do autor, que vai da música popular à erudita, da alta literatura e da filosofia ao romanceiro tradicional, da oralidade à escrita, mobilizando matrizes culturais no sonho enigmático do personagem”.
Cláudio C. Novaes, no livro Antônio Torres, 50 anos de literatura, organizado por Aleilton Fonseca: Editora Mondrongo, Bahia, 2022.
“Querida Cidade é um encantamento, un embrujo, com esconderijos a céu aberto. Cada frase tem a ternura de uma carícia, a alegria de uma lembrança, a potência de um soco na memória. E sim, a paciência incomparável de um escritor artesão para filigranar a estrutura do romance. Tangos, guarânias, boleros. Uma longa jornada noite adentro”.
Leda Senise– escritora, atriz, cenógrafa.
“É um livro forte, que condensa e amplia a obra desse grande autor”.
Fernando Molica, escritor.
“Transita por vários campos do conhecimento, tais como história, psicologia, psicanálise e sociologia, assim como pelos campos artísticos, o musical e o literário”.
Rúbio Rocha, no livro Caboco Setenta – Antônio Torres, 50 anos de literatura, organizado por Luiz Eudes e Tom Torres: Editora Caminho das Ideias, São Paulo, 2022.
“O extraordinário Querida Cidade tem como protagonista um homem que, exilado no alto de um edifício cercado de água por todos os lados, vê-se refletido na imensidão daquele espelho (…). Não vou falar do que aconteceu ao homem engaiolado na torre de concreto e vidro da grande cidade, tampouco do final. Mas posso lhes garantir que é um romance riquíssimo”.
Marília Arnaud, escritora.
“É um livro com estilo do começo ao fim”
Ignácio de Loyola Brandão, escritor, membro da Academia Paulista e da Academia Brasileira de Letras.
“Querida Cidade é dotado de grande imaginação ficcional (…). Acompanham-se os diversos episódios com grande interesse e prazer, entre outras coisas pelas referências de música, literatura, teatro, arquitetura & cinema espalhadas ao longo da narrativa. Recomendo expressamente”.
Evando Nascimento, escritor, pesquisador, professor.
“Numa narrativa capaz de trançar sonho e realidade, melancolia e esperança, seguimos os passos de um sujeito em revisão crítica de si mesmo”.
Rodrigo Fonseca, no jornal Correio da Manhã (Rio de Janeiro).
“Chegando à quadragésima trigésima e última página do imprescindível Querida Cidade como quem desce zonzo de uma roda gigante e tenta reencontrar a serenidade em terra firme. É um livro para se recomendar aos amigos como quem recomenda uma oração”.
Luís Pimentel, escritor.
“Narrativa fluída e dinâmica, a trama evolui através dos fluxos de consciência do narrador, que faz um balanço da sua trajetória, numa prosa entrecortada por reflexões. O protagonista é um típico migrante que deixa a cidade de origem e vai em busca de uma vida melhor na capital”.
Aleilton Fonseca, no jornal Correio da Bahia.
“O romance é todo construído assim, em uma espécie de embate entre a vida que levamos no dia a dia e a vida interna, da qual ninguém tem acesso, a não ser quem a vive”.
Luiz Rebinski, no jornal Rascunho, de Curitiba, PR.
“A narrativa dialoga prazerosamente com o leitor, fazendo-o parceiro e confidente”.
Nelson Rodrigues Filho – professor e crítico literário.
“Ele é mágico. Sua linguagem nos envolve como um rio feiticeiro, dotado de cor e ritmo, conduzindo uma narrativa poderosa que conecta tempos e lugares na sua deliciosa fluidez, produzindo cronótopos cujo entrelace traz à tona a querida cidade e ao mesmo tempo nos faz submergir nela e com ela. Um encanto”.
Ordep Serra, escritor, da Academia de Letras da Bahia.
“Pura polifonia de vozes aliada à segurança de um narrador assombroso”.
Cunha de Leiradella, escritor (Portugal).
“O livro é como uma canção, que provoca sentimentos, desperta fragmentos nostálgicos e aguça desejos. Cada palavra uma nota, cada frase uma batida, cada página uma melodia, cada capítulo o complemento do anterior, formando um todo harmonioso. Querida Cidade, uma obra que deve ser ouvida, uma canção que deve ser lida, porque as duas se difundem em uma viagem literária magnífica”.
Flávio Kenna, ator, dramaturgo, diretor teatral, escritor.
“Querida Cidade é uma obra riquíssima. Além da narrativa e do aspecto literário, além do imaginário, há nela o fabuloso poder de Antônio Torres na reconstrução da memória”.
Dominique Stoenesco, o tradutor para o francês de Meu Querido Canibal e O Nobre Sequestrador.
“É magistral. Merece muitas resenhas, dissertações e teses. Sobretudo, merece um imenso público leitor”.
Reginaldo de Jesus, professor e crítico literário.
“A sensação de conjunto de Querida Cidade é magnífica. Uma trama aberta ao espaço infinito da imaginação e também da sedução do leitor”.
Aramis Ribeiro Costa, escritor, membro da Academia de Letras da Bahia.
“Caro amigo leitor, considere o seguinte: tens nas mãos não apenas um só livro, Querida Cidade é como uma cidade mesmo, são vários – ruas, esquinas, praças, luzes, sombras, subidas, descidas. E tem gente, pessoas. (…). Sabe aquela história do romance rio?”
Luís Peazê, jornalista, escritor e tradutor.
“Entendo que o escritor Antônio Torres não tenha colocado um nome na cidade, pois ele deixa livre o leitor para vislumbrar em sua mente a sua cidade ou cidades que tenha vivido ou tenha passado. O autor permite ao leitor lembrar-se de um fragmento do cotidiano esquecido ou um quadro praticamente atemporal e axiomático, enfim, Querida Cidade é um livro que vale a pena ser lido…”
Guto Mello, escritor, historiador, membro da Academia Volta-redondense de Letras, da Academia Fluminense e da Acadèmie de Lettres et Arts Luso-Suisse.
“Obra madura e estruturalmente perfeita, na qual Torres retoma os grandes temas dos seus romances – o interior e a capital, as certezas do passado e o incerto presente, a família como memória e a solidão do agora etc. E aguça ainda mais o ouvido para a frase, que ganha uma cadência límpida, musical. Que livro maravilhoso”.
Miguel Sanches Neto, escritor, reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR.
“Com a Querida Cidade, Antônio Torres nos tensiona, nos ensina, nos mostra, nos empurra para o abismo? Não, ufa. A última frase do livro nos sossega: ‘Entre sonhos e sustos, sobrevivemos’. A arte ganha sempre”.
Godofredo de Oliveira Neto, escritor, professor, membro da ABL – na revista Colóquio Letras, da Fundação Gulbenkian, Lisboa.
“O que nos admira mesmo é o fôlego do velho escriba”.
Vanusia Amorim, professora, no já citado livro Caboco Setenta.